As energias do futuro

As energias do futuro

 

Em sua quarta versão, o [R]evolução Energética inclui um guia detalhado e prático sobre como reduzir a demanda de petróleo em 80%

Aerogeradores do Parque Eólico de Taíba em São Gonçalo do Amarante (CE). (©Greenpeace/Rogério Reis/Tyba)

A expansão das energias renováveis e mais eficiência energética dariam ao mundo maior independência dos combustíveis fósseis e evitariam a exploração de petróleo no pré-sal brasileiro e no frágil Ártico. Essa é a conclusão do relatório “[R]evolução Energética: uma Perspectiva Global de Energia Sustentável”, lançado pelo Greenpeace, em parceria com o EREC (Conselho Europeu de Energia Renovável) e com o GWEC (Global Wind Energy Council).

Em sua quarta versão, o documento  inclui um guia detalhado e prático sobre como reduzir a demanda de petróleo em cerca de 80%, especialmente no setor de transporte.

“O caminho para reduzir a demanda de petróleo e acabar com a ameaça de perfuração no Ártico é fabricar carros muito mais eficientes e fazer uso dos sistemas de transporte elétricos alimentados por energia renovável”, disse Sven Teske, especialista em energia do Greenpeace Internacional e coautor da publicação.

Veja a íntegra do [R]evolução Energética aqui [em inglês].

De acordo com o novo cenário apresentado pelo documento, as energias renováveis forneceriam 90% da eletricidade global e mais de 70% do que os meios de transporte consomem. Esta transformação não afetaria o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, garantiria custos de energia mais baixos. As emissões de carbono também seriam drasticamente diminuídas – medida essencial diante da ameaça da crise climática.

O nível de investimento global para implementar tal mudança seria de US$1,2 tri por ano até 2050, cerca de 1% do PIB anual mundial. Embora seja o dobro dos US$506 bi de investimentos necessários para explorar petróleo no mesmo período, se investirmos em energias renováveis agora, no futuro, isso representará uma economia de US$1,3 tri por ano.

 "Os investimentos iniciais mais elevados serão compensados no longo prazo, tanto em termos econômicos quanto para a sociedade em geral”, disse Josche Muth, secretário-geral do Conselho Europeu de Energia Renovável (EREC).

“O documento aponta como o mundo poderá reduzir as emissões de CO2 e aumentar a disponibilidade de energia mesmo desativando todas as usinas nucleares”, disse Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia do Greenpeace Brasil, que participou na revisão dos números da América Latina. “A boa notícia é que as projeções que o relatório apresenta para energias renováveis, no Brasil e no mundo, têm sido superadas pelos números reais de instalação, o que demanda sua constante atualização.”